Existe uma grande diferença entre as perguntas Quem é você? e Qual o seu nome? No meu caso, porém, as duas coisas começaram a se misturar quando minha mãe me deu um nome tão sonoro quanto inusitado. Xanthia passou a representar uma porção de coisas (cristã, filha, sergipana, a última na lista de presença, a única que lia Jane Austen e Turma da Mônica no mesmo fim de semana), mas demorou alguns anos para entender como o termo “escritora” se encaixava nisso tudo.
Escrevi minha primeira obra literária aos 6 anos, uma coletânea de contos das princesas da Disney. Como não haviam streamings e os DVDs eram muito caros, só via as animações em casa de familiares ou pela Tv Globinho, então escrevia tudo que lembrava e sabia das histórias, eternizando-as no meu diário para revisitar quando sentisse vontade de assistir algum dos filmes. Mas só na adolescência, quando li Nárnia, entendi sobre o que eu queria escrever, depois, com Jane Eyre, aprendi como queria escrever e, finalmente, com As Duas Torres, entendi para quem queria escrever. Então, desde cedo mirei o público infanto juvenil, só não sabia que meu primeiro livro seria mais para infantil do que juvenil.
Concordo muito com a tese de C. S. Lewis de que os contos de fadas feitos apenas para crianças, na verdade não são bons contos de fadas, por isso escrevi Castelo Forte aos 20 anos, publicado primeiro pela Amazon Kindle de forma independente. Um livro sobre o universo infantil, na linguagem que as crianças acompanham e gostam, mas com lições e temas que todo adulto precisa entender, sobre lealdade, redenção e, sobretudo, Deus. Publiquei Castelo Forte pela editora Viseu esse ano (2025), e fiquei positivamente surpresa em como a Providência tem guiado o caminho até aqui.
Encontrei, na ficção cristã, muitos autores sergipanos com as mesmas dificuldades e iguais objetivos; os de servir na cultura, além de receber apoio para o lançamento e divulgação dos mais diferentes lugares. A livraria Escariz, o lugar físico que representou por vários anos meus anseios de infância, não só vende Castelo Forte hoje, como me recepcionou muito amavelmente para um evento de lançamento em que conheci muitos dos meus leitores e, juntos, pudemos louvar ao Senhor na livraria, cantando o hino de mesmo nome da obra. Foi mágico, para dizer o mínimo.
Hoje, muitos anos depois de escrever minha preciosa coletânea de princesas, conto com dois livros publicados; Senhores da Terra, em e-book (pelo Kindle app), e Castelo Forte, em formato físico (pela Livraria Escariz e Amazon) e e-book (pelo Kindle app). A I Bienal do Livro de Sergipe trouxe ainda mais significado e cor a esses momentos, onde não só eu, mas vários autores cristãos estarão falando sobre a ficção cristã em seus estandes próprios, desde o dia 18/09 até 20/09, e através da mesa de conversa que terá no dia 19/09, na Praça Camerino, dedicada especialmente para falar dos desafios da ficção cristã nas feiras e eventos literários.
A verdade é que ainda não acredito que o Senhor viu aquela Xanthia, pequena e ingênua, escrevendo em seu minúsculo diário histórias sobre dragões e castelos, para mais tarde permitir que ela tivesse suas próprias histórias sobre novos dragões e novos castelos. O que aprendi e continuo aprendendo é que o nome que o Senhor me deu, antes que eu nascesse, além de serva e filha, foi o de ser também “Xanthia autora”.
Para ler e saber mais, siga @xanthia.autora e leia o artigo O Castelo Que Chama pelo blog da Ultimato, disponível em:https://ultimato.com.br/sites/jovem/2025/07/30/o-castelo-que-chama/
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